3.4. Programas curriculares e percursos educativos
É crucial tornar a aprendizagem pertinente para as vidas dos alunos. Com programas curriculares pertinentes e estimulantes, será mais fácil para os professores darem aulas motivadoras. Os programas curriculares devem possibilitar formas personalizadas de ensino e aprendizagem, a fim de viabilizar a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de aptidões e competências de acordo com as capacidades máximas de cada criança, sem pôr em causa a qualidade dos conteúdos curriculares ou o alto nível de expectativas. Os currículos de cada fase devem ser consentâneos com os graus de ensino e formação subsequentes ou os percursos de formação alternativos.
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Os programas curriculares devem permitir métodos de ensino variados, entre os quais o ensino e a aprendizagem de forma colaborativa, a formação em contexto laboral e o acompanhamento, que tenham revelado a sua utilidade em matéria de (re)envolvimento e motivação dos alunos, mantendo-os nos sistemas educativos e formativos. Estes métodos de ensino devem ter elevados padrões de qualidade para todos os alunos. Os estudos realizados demonstram o impacto positivo das medidas que não abrangem o agrupamento em função de aptidões nem qualquer tipo de segregação, bem como a importância de garantir que os recursos necessários são devidamente distribuídos pela diversidade das necessidades em grupos heterogéneos (consultar referências de estudos infra). As escolas devem aplicar o programa curricular em conformidade com as necessidades dos seus alunos, sem deixar de cumprir elevados padrões e expectativas. Devem centrar-se em ministrar programas curriculares culturalmente pertinentes e em garantir que todos os alunos assimilam na íntegra todas as competências essenciais de que necessitarão para evitar uma maior exclusão social.
Para os alunos que enfrentem sérias dificuldades no programa curricular do ensino regular, os percursos educativos individualizados ou os programas de ensino alternativos (com métodos pedagógicos adaptados para facilitar a aprendizagem) podem ajudar ao cumprimento de objetivos pedagógicos equivalentes e à sua (re)inserção nos sistemas educativos e/ou formativos. As competências de estudo, a par da orientação e do ensino profissionais e de outras aptidões para a vida, devem ser plenamente integradas nos currículos.
Mais informações:
Braddock, J.H., e Slavin, R.E., Why ability grouping must end: Achieving Excellence and Equity in American Education, Centro de Investigação da Escolarização Eficaz de Alunos Desfavorecidos, Baltimore, MD, 1992.
Flecha, R., Successful Educational Action for Inclusion and Social Cohesion in Europe, Springer Publishing Company, Heidelberg, Nova Iorque, Dordrecht, Londres, 2015.
Wößmann, L., e Schütz, G., Efficiency and Equity in European Education and Training Systems. Analytical Report for the European Commission, Comissão Europeia, Bruxelas, 2006.
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